A vida religiosa da Comunidade Evangélica de Linha Kronenthal iniciou-se entre os anos de 1899 e 1900, sob a direção do pastor Guilherme Schulz, pois foi localizado na Paróquia Evangélica de Arroio do Tigre, um livro com os seguintes dizeres: “Deutch Evangelische Gemeinde von nola Colônia de Soledade”.
Acha-se neste livro, o seguinte assento de batismo, na página 07, sob número 18: “Augusto Ahlert, geboren am 1. August 1900,3 Uhr morgens, getauft am 23, juni 1901. Vater Heinrich Ahlert, HeimatDeutschland…” ass. Pastor W. Schulz.
Traduzido para o nosso idioma, é o apontamento de batismo de Augusto Ahlert, cujos pais moravam em Lagoa dos Três Cantos em direção de Linha Colorado, batizado em 23 de junho de 1901, pelo pastor Guilherme Schulz. Sabe-se agora que foi o pastor Schulz, o primeiro religioso, nesta região e que aqui permaneceu até 1902. Sabe-se também que o mesmo morou perto de Kronenthal, no lugar que hoje é morada de Armin A. Holdofer. Sendo o primeiro a pregar o Evangelho na região onde hoje é situada a Kronenthal.
A comunidade foi instalada entre os anos de 1903 até 1906, sendo atendida pelo pastor intinerante Otto Arnold, residente de Ibirubá que, oficialmente celebrou cultos na comunidade a partir de 1906.
Em 1907 Foi relatado que houve a primeira reunião entre o pessoal de Lagoa dos Três Cantos e Kronenthal com o intuito de formar uma só comunidade, mas não houve acerto entre as comunidades, pois Lagoa dos Três Cantos queria um pastor Missouriano e Kronenthal um pastor do Sinodo Rio-grandense. Houve divergências também, quanto ao local de construção da casa pastoral. Mas 1908 novamente as comunidades não se acertaram sobre o lugar da moradia do pastor, houve então uma cisão entre os membros e foi aí que Alberto Knop, de Kronenthal, ofereceu um terreno de meio a um hectare, para a construção da casa para o pastor e uma igreja. Esta oferta foi aceita por alguns membros presentes, o que mais tarde foi considerada infeliz, pois dividiu os membros que assim permaneceram com duas comunidades e isso despertou e acirrou uma rivalidade de grandes proporções.
Foi em 1909 que a primeira casa para a moradia do pastor foi construída em Kronenthal. Foi uma construção estilo enxainel, que consiste em armação de madeira de lei, preenchida com tijolos e reboco. A cobertura era de tabuinhas e a casa tinha varanda e vidraças. Logo em seguida iniciou-se a construção da igreja sem torre, com estilo de capela. A construção foi toda em madeira, localizada à margem direita da estrada para quem descia ao “Vale das Coroas”.
Já em 17 de julho de 1909, com a ajuda do Pastor Otto Arnold, as famílias Evangélicas da Colônia do Alto Jacuí (Kronenthal e Lagoa dos Três Cantos), enviaram uma carta ao Sinodo Rio-grandense solicitando o envio de um Pastor Evangélico e em 1910 deu-se o grande progresso para a Comunidade Evangélica com a chegada e a fixação do Pastor Ernest Schmidthamer e assim a vida eclesiástica e religiosa começava a se organizar e os primeiros registros de fé começavam a ser feitos. No ano de 1911 o pastor por motivos de doença acabou saindo de Kronenthal, e ainda neste ano houve a separação da Comunidade Evangélica de Kronenthal da Comunidade Alto Jacui (hoje Pároquia Evangélica de Não Me Toque).
Em 1912 chegava o Pastor Georg Algayer, para a comunidade foi um sucesso, pois este homem realmente motivou as famílias evangélicas da região. Entre todas as coisas que realizou, uma delas foi a ajuda para a organização do primeiro Coro de Cantores de Kronenthal, mais tarde este mesmo coro passou a ser Sociedade de Cantores Concórdia. Foi no mês de maio de 1921 que o pastor Georg Algayer deixou Kronenthal, e o pastorado ficou vago até 1 de julho de 1921, quando chegou o pastor Johannes Flogaus, para assumir a comunidade.
1925 foi construída a nova igreja, no outro lado da estrada, bem em frente à antiga construção estilo enxaimel. Para a nova igreja a madeira foi doada por Reinoldo Holdefer e o serviço de alvenaria feito por Rudolfo Beutler. Os dirigentes da comunidade eram o Pastor Johannes Flogaus, Wilhelm Janke e Rudolfo Beutler. A inauguração deu-se no dia 15 de novembro de 1925 com grande festa. O culto infantil, em 1928 também era uma atividade em ascensão. Chegava a reunir 28 crianças naquela pequena comunidade. Pastor Johannes Flogaus deixou a Paróquia Evangélica de Kronenthal, em fins de 1930 e foi o último pastor a residir em Kronenthal.
Em 18 de Outubro de 1959, a comunidade inaugurou o seu sino e a torre da igreja com uma grande festa. Reinoldo Fries foi o padrinho do sino e a madrinha foi Elza Koch Ahlert.
Somente no dia 23 de março de 1973, após 64 anos de doação e uso pela comunidade, que ocorreu de fato o fim do dilema que se arrastou desde o início, aconteceu a legalização das áreas de terras da comunidade, num total de 3.000 metros quadrados, quando foi assinada a escritura em nome da comunidade.
No ano de 1986 inicia-se o projeto de construção de uma nova igreja, sendo ela em alvenaria, com uma porta frontal, seis janelas com vidros, sendo três em cada lado e uma torre frontal. Algumas estruturas em madeira da igreja antiga encontravam infestadas de cupins e por isso surgiu a vontade de construir a nova igreja. A diretoria da época composta por Atilar Kempf, Adelmo Willig, Enio Nienow, Ireneu Schumann, Ingo Meisner, Urbano Wiedthauper, Afonso Lubenow e Jorge Schumann, eles buscaram doações entre os moradores da comunidade. A inauguração do novo templo aconteceu em 24 de julho de 1988 com grande festa organizada pela diretoria. O culto inaugural foi ministrado pelo pastor Oto Ramminger. Os padrinhos da inauguração foram: Ilga Holdeffer, Isolde Nienow, Rudi Auler, Atilar Kempf.
É impossível deixar de lembrar aqueles que fizeram parte das diretorias destas comunidades e ressalvamos que as diretorias pesquisadas nos livros de atas, por vezes restringem-se a poucas informações, impedindo que algumas diretorias sejam apresentadas na integra.
No ano do centenário da Paróquia, a igreja é recuperada e pintada, sendo construído um banheiro, com as despesas custeadas pela OASE de Kronenthal. A Comunidade Evangélica de Linha Kronenthal é uma das menores da paróquia, se reúne para cultos e o Grupo de OASE é um dos grupos de trabalho mais atuantes nesta comunidade.